Ligando os pontos
Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.
Economistas calibram suas apostas na China e nos EUA
Os fundos transnacionais chegaram à marca de US$ 70 bilhões em ativos nos EUA, em novembro, enquanto na China, depois de terem esbarrado nos US$ 20 bilhões em maio, estão perto de zero
04/12/2023 16:16
Todo o mundo se acostumou com uma China cujo PIB (Produto Interno Bruto) cresceu mais de 6% anualmente desde 1991. Até 2015, aliás, eram mais de 7% ao ano. Agora, é hora de recalcular a rota da economia mundial pensando que o termo "crescimento chinês" pode não ser mais a mesma hipérbole de antes.
Os analistas do Goldman Sachs, gigante global dos investimentos, apontaram na semana passada que trabalham com a perspectiva de que a China se estabilize com um crescimento anual de 4%. O que não seria pouco para outros players. De 2010 até hoje, o Brasil só cresceu mais de 4% duas vezes (2010 e 2021). Os Estados Unidos, só uma vez (2021).
O governo comunista —centralizador, por definição— usa o seu controle para tentar aquecer o mercado. O gigante asiático possui cidades-fantasma, criadas para inflar a demanda da construção civil, mas sem que haja gente interessada em morar nelas (vale a pena gastar uns minutos no YouTube, aliás, para conhecer as impressionantes construções abandonadas).
No mercado primário —o de lançamentos—, o governo chinês está acostumado a controlar desde a fixação de preços de terras até o controle das vendas das incorporadoras.
O governo não tem tanto poder, entretanto, sobre o chamado mercado secundário, ou seja, quando a transação é feita entre pessoas. E agora o país trabalha para conter cerca de US$ 8,4 trilhões em dívidas pendentes de hipotecas e de incorporadoras.
Como o dinheiro segue as leis da física e não pode simplesmente desaparecer, ele muda de mãos. Os dados da EPFR, empresa que monitora o fluxo do dinheiro em fundos por todo o mundo, mostram que os fundos transnacionais chegaram à marca de US$ 70 bilhões em ativos nos EUA, em novembro, enquanto na China, depois de terem esbarrado nos US$ 20 bilhões em maio, hoje estão perto de zero.
Lembrando que este é o tema da minha coluna na Folha de S.Paulo, nesta semana. Clique aqui para ler o texto na íntegra.
Imagem: Piqsels.com
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