Ligando os pontos
Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.
Gigantes da educação parecem ignorar revolução óbvia
A incerteza dos investidores sobre a capacidade das companhias de se adaptar à nova realidade fica clara nos números.
23/05/2023 17:14
A barreira de entrada para o negócio dos conteúdos curriculares foi extremamente reduzida, da noite para o dia. Sistemas de ensino, plataformas e apostilas agora podem ser feitos em uma velocidade estonteante, cabendo (ainda) boa revisão.
ChatGPT, ChatSonic e Dall-E 2 são apenas algumas das ferramentas que desafiam a fonte do conhecimento.
Mas, diferentemente das empresas de tecnologia, que já estão fazendo previsões de demissões e de novas margens de lucro com a inteligência artificial, as gigantes da educação no Brasil dormem, ao menos se levarmos em conta as informações passadas aos acionistas.
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Nos mais recentes formulários de referência, onde as empresas são obrigadas a divulgar os riscos para o seu negócio, o termo "inteligência artificial" (e suas variantes) é solenemente ignorado pelas gigantes da educação na Bolsa.
"Poderemos ter dificuldade em nos adaptar às mudanças tecnológicas que vierem a ocorrer. O ensino pode ser afetado pelas rápidas alterações na tecnologia", diz a Ânima, cujas ações ANIM3 caíram pela metade do preço nos últimos 12 meses. O Ibovespa, nosso indicador de referência, subiu 2%.
Alertas semelhantes são feitos por Yduqs e Cogna. As ações YDUQ3 tiveram uma belíssima alta de 67% neste mês, com a divulgação dos resultados referentes ao primeiro trimestre do ano. Os papési COGN3 caíram 5,32% neste ano, enquanto o Ibovespa subiu 4%.
Na Ser Educacional, a preocupação maior em relação à tecnologia diz respeito a possíveis ataques de hackers e invasão da plataforma de ensino a distância. As ações da empresa (SEER3) caíram 54% nos últimos 12 meses.
A incerteza dos investidores sobre a capacidade das companhias de se adaptar à nova realidade fica clara nos números: todas as ações citadas acima são, hoje, negociadas em um patamar mais baixo do que no "fundo do poço" da crise de 2022. Enquanto o Ibovespa está 65% acima dele.
Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.
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