Ligando os pontos
Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.
Volta de fundador da CVC é "Succession" à brasileira?
Solução pouco criativa para tentar retomar o rumo da empresa foi ligar-se de novo à família que a criou
12/06/2023 10:18
O fenômeno de popularidade da série "Succession", da HBO, após o seu fim, no último mês, deixou uma pulga atrás da orelha dos investidores que acompanharam a saga da família Roy. Filtrando os dramas dos personagens e suas perversões, resta uma longa discussão sobre a sucessão de empresas familiares e um questionamento importante: quais dos nossos investimentos estão sujeitos a questões pessoais e das famílias de seus controladores?
Um movimento ocorrido neste mês rende boas histórias para quem quer acompanhar as entranhas sanguíneas do mundo corporativo: a CVC, gigante do turismo e única nacional do setor na nossa Bolsa, voltou às rédeas da família Paulus.
Em 2010, eles venderam o controle da companhia para um fundo internacional, pela bagatela de R$ 700 milhões, segundo notícias da época. Atualizado pela inflação, hoje equivaleria a R$ 1,54 bilhão.
Já em 2018, o fundador da CVC, Guilherme Paulus, deixou de vez a companhia. Um ano depois, assumiu ter pagado propinas de R$ 39 milhões para livrar empresas suas de multas milionárias. Quando o caso veio à tona, a CVC pôde dizer publicamente que ele não ocupava mais nenhum quadro da companhia.
Mas os últimos anos sem a família foram penosos para a empresa. A pandemia de Covid-19 derrubou o setor de turismo lá em 2020 — e a retomada parece bem mais difícil para ela do que para seus pares.
A solução pouco criativa da CVC para tentar retomar o rumo foi ligar-se de novo à família que a criou. O fundador, Guilherme Paulus, comprometeu-se a injetar R$ 75 milhões na empresa, em troca de uma fatia de ações, com um belo desconto no preço.
Os riscos da gestão familiar de grandes negócios permeiam toda a trama da aclamada "Succession". Cabe ao investidor entender como, nesses casos, seu "voto de confiança", ao comprar ações da empresa, se estende ainda mais às pessoas envolvidas na gestão da companhia.
Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.
Clique aqui para ler o texto na íntegra.
*Imagem: Divulgação/HBO
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