Ligando os pontos
Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.
Greve de astros de Hollywood parece distopia, mas traz alerta
De certa forma, a produção dos artistas virou matéria-prima para tecnologias produzirem novos conteúdos
25/07/2023 12:13
Ter estrelas de cinema em greve pode parecer uma distopia, em um planeta onde ainda são corriqueiras as notícias sobre trabalhadores mortos em explosões de minas de carvão ou em situações semelhantes à escravidão. Mas a greve é real e traz à tona questões importantes para você tomar decisões melhores em relação aos seus investimentos.
Além da pauta trabalhista clássica (reajustes, contratos mais longos e planos de saúde), atores e roteiristas de Hollywood tentam segurar o uso da inteligência artificial nas produções. A tecnologia tem poder para diminuir custos e aumentar a margem de lucro das empresas. E os custos a serem cortados podem ser justamente o tempo dos atores e dos roteiristas.
De certa forma, a produção dos artistas vira matéria-prima. O roteirista David Simon, que tem sido uma voz ativa na greve, explica o ponto: "[Os algoritmos] não estão apenas sendo treinados nesses roteiros. Os meus roteiros estão na amálgama do que eles irão, em seguida, produzir como produto da inteligência artificial, não como o produto de um roteirista humano vivo".
Um contrato recente da Netflix, divulgado pelo New York Times, tentou conceder à empresa o uso gratuito de uma simulação da voz de um ator "por todas as tecnologias e processos atualmente conhecidos ou desenvolvidos no futuro, em todo o universo e em perpetuidade".
Essa é apenas uma das áreas a serem afetadas com o avanço das inteligências generativas. Já falei aqui sobre o setor de educação e vale, também, pensar em todo o mercado de marketing, de relacionamento com clientes e de desenvolvimento de softwares.
Quem busca negócios escaláveis e de crescimento exponencial para investir precisa estar atento às discussões e, muitas vezes, às omissões das empresas sobre o que parece ser um novo salto tecnológico. O preço de ignorá-lo pode ser virar o alvo de uma greve no futuro ou, pior ainda, ser a nova Blockbuster, a locadora de filmes que virou apenas lembrança.
Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.
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