Ligando os pontos
Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.
Endividados como nunca, brasileiros planejam gastar mais
De olho nessa perspectiva, é interessante notar que as ações ligadas a varejo e consumo ainda estão mais pressionadas do que a Bolsa em geral
28/08/2023 13:22
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Vamos à discussão de hoje:
Desde abril de 2015, os brasileiros não tinham tantos planos para gastar mais dinheiro como agora. Quem disse isso foi uma pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A ICF (Intenção de Consumo das Famílias) atingiu seu maior nível em oito anos.
Isso acontece justamente quando atingimos o triste recorde do percentual de famílias que se veem sem condição de pagar dívidas em atraso: 12,2%. Nunca foi tão alto, desde o início da série, em 2010, de acordo com a mesma CNC.
O Desenrola Brasil, programa do governo para renegociação de dívidas, dá um empurrãozinho às novas compras. Limpando o nome das pessoas nos serviços de restrição ao crédito, o governo petista sustenta a tese de que passaremos por um novo período de incentivo ao consumo.
O fato de o arcabouço fiscal não prever o tal "crime de responsabilidade" no caso de descumprimento de suas metas deixou uma pulga atrás da orelha de gestores do mercado financeiro, que já esperam um aumento das injeções de dinheiro na economia.
De olho nessa perspectiva, é interessante notar que as ações ligadas a varejo e consumo ainda estão mais pressionadas do que a Bolsa em geral. O Ibovespa — principal indicador do nosso mercado — subiu mais de 8% desde o início do ano. O Icon, índice que reúne apenas ações ligadas ao consumo, subiu apenas 1,4%.
Muito além dos óbvios Magazine Luiza e C&A, esse índice tem papéis de indústrias ligadas à alimentação, como Ambev e Camil; de construtoras, como Gafisa e Even; planos de saúde, como Hapvida e Qualicorp; locadoras de veículos e muito mais.
Nos últimos 13 anos, de 2010 a 2022, o Ibovespa só se saiu melhor que o Icon cinco vezes. No total desses anos, o Ibovespa subiu 58%, enquanto esse conjunto de empresas ligadas ao consumo registrou uma alta de 74%.
Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.
Clique aqui para ler o texto na íntegra.
*Imagem: Piqsels
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