Ligando os pontos
Textos de Marcos de Vasconcellos, jornalista, CEO do Monitor do Mercado, colunista da Folha de S.Paulo e assessor de investimentos.
Calotes nos Fiagros têm lado positivo: mostram a nova transparência
O mercado financeiro é exigente em relação à transparência e à profissionalização dos negócios nos quais investe
05/09/2023 14:08
A agropecuária ocupa ainda um espaço tímido na rotina de quem não vive dela. Mas essa ponte começa a ser construída justamente pelo mercado financeiro.
Instrumentos como os Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) passaram a permitir o investimento em fazendas médias e em cooperativas, que antes acabavam restritas a buscar créditos nos bancos.
Com os Fiagros, gestores de fundos de investimentos passaram a destinar dinheiro de seus cotistas para produtores menores, pagando bons dividendos, como falei nesse texto aqui. O instrumento, criado em 2021, ainda passa pelos seus primeiros testes.
Alguns "calotes" abalaram o setor. São usinas de cana-de-açúcar que não conseguiram arcar com suas dívidas, produtores rurais que arrendaram terras vendidas anteriormente aos fundos... E por aí vai. O mais interessante nisso é que esse tipo de informação só começou a aparecer por conta dos relatórios desses fundos.
Em outras palavras: passou a ser possível enxergar mais uma camada da agropecuária nacional. O mercado financeiro é exigente em relação à transparência e à profissionalização dos negócios nos quais investe.
O mercado está acostumado a exigir, antes de começar qualquer tratativa, que seus parceiros sejam auditados por empresas como Deloitte; PricewaterhouseCoopers (PwC); Ernst & Young (EY); e KPMG, as chamadas "big four". E criar transparência e governança será o próximo passo para o agronegócio acessar dinheiro de "gente como a gente".
Este é o tema da coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo, nesta semana.
Clique aqui para ler o texto na íntegra.
*Imagem: Freepik
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